É tão difícil associar trabalho a prazer…
A maioria das pessoas cresce com a noção que trabalho tem que ser algo sofrido, uma obrigação, que não deve dar alegria além do holerit no fim do mês (e que geralmente é bem inferior ao que desejamos).
Ou seja, trabalho não é para ser prazeiroso.
E quando a gente faz alguma coisa que a gente gosta, se dedica por prazer e pura satisfação pessoal, que nos faz verdadeiramente feliz e de repente esta coisa pode vir a se tornar fonte de renda?
A maioria das pessoas empaca.
Justamente porque não concebe que aquilo que a deixa tão feliz e é tão fácil e prazeirosa de fazer pode ser aquela coisa horrorosa chamada “trabalho”.
Então é muito comum uma pessoa ter um talento, ter uma qualidade, saber fazer uma coisa que só ela ou poucas pessoas fazem e ter uma incapacidade de valorar essa coisa em termos financeiros, se profissionalizar de verdade.
Acabam não cobrando pelo seu talento, pelo seu conhecimento, pelo seu tempo gasto, pela simples razão que não podem acreditar que aquilo pode valer algo para alguém já que “para mim é tão fácil, tão simples, tão gostoso”.
Ficam com vergonha de cobrarem por terem prazer com o “trabalho”.
Essa é a verdade.
Vergonha, incômodo, sem jeito, podem chamar do que quiserem.
O que tem que mudar nessas pessoas é a idéia que trabalho pode ser bom e gostoso e o conhecimento, o talento e principalmente o tempo que cada um tem vale dinheiro.
Uma vez entendendo que seu conhecimento e seu tempo valem dinheiro E podem ser fonte de prazer também, certas coisas que se faziam de graça passam a ser cobradas e valorizadas de forma diferente.
E é assim que se passa a ter uma postura profissional em relação àquilo que antes era amador: dar o valor correto e real do que se faz.
Cada um de nós deveria saber quanto vale nossa hora de trabalho.
E é muito fácil calcular isso: pode-se fazer uma pesquisa entre profissionais da mesma área e do mesmo nível de expertise; pode-se estimar um salário mensal desejado e dividir pelas horas/dia úteis; pode-se chutar um valor da sua cabeça. A forma que se calcula quanto vale seu trabalho depende apenas de você.
Uma vez tendo uma postura profissional, apresentamos nosso orçamento.
É quando dizemos: meu trabalho vale tanto. Você quer pagar? Você me quer como profissional?
A rejeição de um cliente é outra razão dos amadores não se tornarem profissionais.
Quando você estipula um valor pelo seu trabalho, ele pode não ser aceito pela outra pessoa.
E podemos entender isso de várias formas: desde que a pessoa não tem o dinheiro para nos pagar até “Você não vale isso que você cobra” ou “Como você ousa me cobrar por uma coisa que te dá tanto prazer em fazer?”.
O profissional deve estar seguro de seu valor, cobrar um preço realista e estar preparado para rejeições. E nunca duvidar que ele merece o que cobrou.
Isso é ser profissional.
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